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Arquitetos: AE-architecten
- Área: 419 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Faye Pynaert
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Fabricantes: Dornbracht, Accoya, Beal mortex, CJC, Nemetscheck, Oluce, Rubio Monocoat, Siedl, V-Zug, Woka
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada em Macharius, um dos bairros centrais de Gante onde as várias camadas históricas de ocupação da cidade ainda podem ser lidas com bastante clareza, a Casa JJ, uma construção so século XIX, encontra-se nas proximidades do antigo matadouro municipal e da Abadia de São Bavo.
No lote adjacente situava-se o antigo estábulo municipal, onde o gado era recolhido antes de ser enviado para o matadouro. Quando esta propriedade foi colocada à venda, os clientes encararam-na como uma oportunidade rara de aumentarem significativamente a área da sua habitação, oportunidade que habitualmente se encontra circunscrita às áreas suburbanas. O objetivo do projeto seria assim unir as duas construções, permitindo uma certa descompressão no interior de um tecido urbano denso.
A fim de unir as duas casas em uma única, moldamos as vigas de concreto cruciforme em uma fôrma bruta que suportou a carga da fachada traseira e da parede divisória. Por um lado, isto tornou possível tanto a conexão visual quanto física do piso térreo e, por outro, dividiu o espaço aberto em quadrantes como um conjunto de espaços para diferentes atividades, conectando, ainda, cada quadrante com sua própria atmosfera clara.
A área de jantar é um espaço de pé direito duplo, solene, pintado de verde e orientado a Sul. Em oposição, a cozinha é um espaço comprimido, revestido em carvalho escurecido. A área de estar, o espaço mais intimista da casa, é definida por uma abóbada de concreto moldado in-loco e, por último, uma sala exterior, separada da casa por duas portas de correr, pode ser completamente aberta no verão, abrindo o espaço interior da casa ao jardim.
Paralelamente à estratégia simultânea de conexão e definição dos quatro espaços, procurou-se uma reinterpretação do existente ao mesmo tempo que se mantiveram as suas características históricas, tais como os antigos estábulos e a lareira, criando novas relações entre os espaços e reforçando a memória do local.